Professora Nathane Almeida com mais de 15 anos de experiência na área de Educação Infantil e Fundamental, passagem em Coordenação Pedagógica, reconhecimento de trabalho de excelência na rede pública, privada e filantrópica. Mãe amorosa, esposa dedicada e professora de prestígio.
Alfabetizando seu filho em casa
1. Escolha um material de qualidade A primeira coisa a ser feita, depois que você já decidiu que irá iniciar a alfabetização do seu filho em casa, é procurar um material de qualidade. Esse material deve reunir: – Livros infantis de diversos gêneros (narrativas, poesias, fábulas, parlendas, etc.). – Atividades escritas (impressas ou copiadas no caderno). – Jogos de alfabetização (físicos ou online). Na internet você pode encontrar materiais de qualidade, mas é preciso atenção para que esse material siga uma metodologia correta e organizada de ensino. 2. Escolha uma metodologia de ensino Basicamente, existem 4 métodos conhecidos para alfabetização: Alfabético. Neste método a criança: Fônico. Neste método a criança: Silábico. Neste método a criança: Reconhecimento global. Neste método a criança: Qual é o melhor método? As evidências apontam que os métodos globais – que se parecem um pouco, mas ainda são muito diferentes do construtivismo brasileiro – produzem os melhores resultados na creche e na pré-escola. Mas não no 1º ano. Nessa etapa, o ensino específico das relações entre sons e letras é mais eficiente. Catherine Snow – Pesquisadora, professora linguista e psicóloga educacional da Universidade de Harvard. Acreditamos que o método mais efetivo para alfabetização seja o método fônico. Em nosso parecer, este método se apresenta como o mais eficaz justamente porque por meio dele é possível ensinar a criança de maneira clara e direta um conhecimento que ela não possui e que, portanto, não é capaz de “adivinhar” por conta própria: o som de cada uma das letras e a representação escrita delas. Isso, no entanto, não significa dizer que concordamos com uma abordagem “antiga” e “enfadonha” de ensino. A alfabetização pelo método fônico pode e deve ser inserida em um contexto literário e deve usar ferramentas que tornem as aulas divertidas para o aluno como: jogos, brincadeiras e músicas. Utilizar o método fônico também não significa que o aluno não será ensinado a compreender e a ter consciência das funções sociais dos textos (informar, divertir, advertir, etc.). Pelo contrário, as aulas de leitura e o trabalho com o texto escrito podem ser usados sempre como base do ensino. 3. Avalie seu filho Cada criança percorre um caminho cognitivo para alcançar a alfabetização plena. É importante, por isso, saber onde o seu filho está nesse caminho: ele já conhece as letras? Reconhece letras iniciais? Sabe que as letras representam sons e que palavras escritas possuem significados? Você pode fazer agora mesmo um teste simples para saber o nível de alfabetização de seu filho: – Peça para que a criança escreva 3 palavras simples (formadas por silabas consoante + vogal) de seu conhecimento. Exemplo: bala, camisa, casa. – Recolha a folha, compare e analise o que foi escrito de acordo com as definições abaixo: NÍVEL 1 (Pré silábico 1) *Fez um desenho ou formas aleatórias. *Fez o desenho das palavras em si. NÍVEL 2 (Pré silábico 2) *Usou letras aleatórias em quantidades também aleatórias. *Usou símbolos ou rabiscos em quantidades aleatórias. NÍVEL 3 (Silábico) *Usou símbolos ou rabiscos para representar cada sílaba. *Usou uma letra aleatória para representar cada sílaba. *Usou a letra inicial de cada uma das sílabas para escrever as palavras. NÍVEL 4 (Alfabético) *Escreveu as palavras, ora usando 1 letra por sílaba, ora usando a sílaba completa. *Escreveu as palavras com até 3 erros ortográficos. *Escreveu as palavras sem erros ortográficos. Depois de terminado e analisado o teste, procure encontrar as atividades certas para que seu filho avance para o próximo nível. Por exemplo, se ele ficou no nível 3, atividades como o exemplo abaixo seriam o ideal (nesse caso ele será obrigado a refletir que as sílabas são representadas pela junção de mais de uma letra): Em nosso material completo para alfabetização trabalhamos com uma diversidade grande de atividades escritas do nível 0 até o nível 4. 4. Alfabetize corretamente Quando você já tiver clareza do nível de alfabetização que seu filho possui e também tiver selecionado o material que pretende usar é importante que você preste atenção na maneira que você vai interagir com a criança no momento das atividades (folhinhas, jogos e atividades no caderno). As suas intervenções é que vão definir a velocidade e a eficácia da alfabetização da criança. O QUE FAZER: Utilize perguntas para que a criança consiga chegar a conclusão correta a respeito de como escrever ou ler uma determinada palavra A intenção é fazer com que eles investiguem quais letras (e sons relacionados a essas letras), quantas e onde usá-las para escrever. Alguns exemplos de perguntas para ajudar o(a) aluno(a) são: A palavra que você procura começa com que letra? Termina com qual? Quantas letras você acha que ela tem? É por meio de reflexões desse tipo que as crianças entendem a ligação entre os sons e as letras. Confirme o que a criança escreveu O(a) professor(a) deve sempre pedir para que o(a) aluno(a) leia o que acabou de produzir. Após a leitura, feita pela criança, procure sempre perguntar: -O que você leu faz sentido? Essa palavra existe? Assim, há espaço para problematizar a diferença entre o que se lê e o que se escreve. Explore o som de cada uma das letras Nenhuma criança nasce sabendo o som das letras e esse aprendizado tampouco é “natural”. Por isso, não espere que seu filho deduza, por conta própria, o som de cada uma das letras apenas pela observações de textos. É necessário que você explique com clareza e diretamente para ele a respeito desses sons. Nas atividades desenvolvidas nessa formação procure sempre utilizar o seu dedo para apontar para a letra e reproduzir o som que essa letra tem. Sempre peça ao aluno que repita o som aprendido. Não confunda “nome da letra” com “som da letra” Deixe claro para a criança que o nome da letra, em muitos casos, não é a mesma coisa que o som da letra. A letra “T” por exemplo, tem o nome de “tê”, mas o som dela não é “tê”, se fosse, a palavra “tucano” seria lida como “tê-u-ca-no”. O QUE NÃO FAZER: Falar com volume de voz baixo e confuso Deixar o aluno escrever sem intervir nem fornecer informações. A criança só avança ao receber ajuda do professor(a)! Não desafiar os alunos a ler. (Proponha-se a sempre estimulá-lo a ler placas, encontrar palavras em textos, etc.) Não dar tempo para a criança pensar nas tarefas de leitura e escrita. Não estimular o raciocínio, dando sempre “respostas prontas” sem levar o(a) aluno(a) a concluir por conta própria. Nesse ponto, vamos dar um exemplo para você entender com clareza o que queremos dizer: Suponhamos que a criança esteja tentando escrever a palavra “BONECA”. Ela escreve, em um primeiro momento, as letras “B -O – E – A”. Ao invés de você intervir dizendo: “Não! Você esqueceu o N antes do E e não colocou a letra C antes do A!” Você deve questioná-la para que ela mesma chegue a conclusão sozinha. Pergunte: Vamos ler o que você escreveu? – BOEA Isso faz sentido, essa palavra existe? Quais letras estão faltando? Vamos ler de novo para tentar descobrir? Vou te dar uma dica, o som da primeira letra que está faltando é esse _____. E agora? Você já sabe qual é? Essas perguntas são apenas exemplos do que poderia levar a criança a uma resposta correta. É claro que, se depois de todas as perguntas, a criança não conseguiu concluir sozinha, você deve falar a resposta.
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5/8/20241 min read
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